sexta-feira, 2 de maio de 2008

SALGUEIROS

SALGUEIROS
Eduardo B. Penteado


Que cada lágrima derramada no silêncio da distância
Se molde nos arcos de nossa ponte de pedra
Que atravessa um riacho turvo de insegurança
E abstinência.
Nossa ponte não toca as margens, e nem poderia,
Pois nunca tivemos começo nem fim
...e nem o tempo.
Gosto de contemplar a areia fina da ampulheta
Minha mais falsa amiga e infiel companheira
E rio,
Dançando a valsa do adeus sobre o parapeito de limo
Eu rio!
Chovendo a areia da verdade sobre a ponte do destino.
E entre risos, orquestras e árias, o silêncio:
Os salgueiros nos observam das margens, chorando
E sonhando:
Que cada instante de saudade vivido
Se traduza no primeiro momento de um regresso partido
E definitivo.

Um comentário:

Anônimo disse...

06/11/2009 16:07 - Marcia Portella
De uma beleza ímpar poeta!.........