sexta-feira, 2 de maio de 2008

TREVAS

TREVAS
Eduardo B. Penteado


É linda a lua do meio-dia
Brilha tola em sua própria mentira
Brilha sobre os espectros
Brilha sobre a abadia
Reina sobre os ausentes
Reina sobre o messias

Os Monges Ébrios de Vinho
Não mais habitam a abadia
Não mais descem a escadaria
Vazia
Deixaram-me aqui, sozinho
Um brinde, então
Aos espectros

É linda a lua do meio-dia
Brilha tola em sua própria mentira
Atravessei o espelho, e voltei
Vi meu outro eu, sereno
E me imitei
Cantei um poema hermético
Sem rimas, sem versos
Apenas sons desconexos
Escutei o canto dos espectros

Temo pela minha sorte
Tremo pela minha morte
Mas como é serena a minha morte...
Atravessei a fina película, e voltei
Vi meu outro Deus, e finalmente
Evaporei
Como a última gota do oásis fictício
Na periferia de um vasto deserto.

Um comentário:

Arte Azimute disse...

gostei das poesias. parabéns.

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