HONTEM
Eduardo B. Penteado
Sinto-me oco
Então bebo da água de hontem
Ela tem gosto de ossos secos
E resquícios de outros gostos
A água de hontem tem gosto de corpos
Frios corpos funestos
A água de hontem sai de corpos mortos
Corpo, rosto, objeto
Encho o meu copo e acabo com o fastio
Encho o meu corpo de um espaço vazio
Sinto-me louco
Então inundo-me da água de hontem
Ela tem gosto de vermes secos
E resquícios de outras mortes
A água de hontem emana dos cortes
Na pele de corpos inertes
Dermes
De onde exala o odor mutilado
Enoja-me a visão de meu corpo jugulado
Sinto-me pouco
Então afogo-me na água de hontem
Ela tem gosto de todos os meus medos
E resquícios de velhos horrores
Ela encerra espectros e esqueletos
E ressuscita minhas dores
Neutraliza minhas cores
A água de hontem secou as minhas flores.
FARDO BIOGRÁFICO
Há uma semana
2 comentários:
04/03/2010 07:42 - kalena
Oi...gostei. As águas turvas , ás vezes são necessárias , pois nos impedem deve muita coisa que não gostaríamos de ver... e nem sempre estão pdres. Sem ofender ( aqui, meu filho, para os melindrados , qualquer coisa é ofensa) sem ofensa , Hontem é de propósito ? No caso de sim , porque? beijos . Eu litambém o Fillosia . Mais tarde eu volto para os comentários . Um beijo e um lindo dia . Até .
04/03/2010 05:30 - Divavid
Bom Dia! Maravilhoso!( Há que renovar as àguas sempre...as turvas estao Podres!)Abrsc.!
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