sexta-feira, 2 de maio de 2008

ENSEADA

ENSEADA
Eduardo B. Penteado



Adverti-me
que inadvertidamente
brotariam-me os versos de sempre
prostrei-me, porém
e descobri que meu eu silente
clamava pelo teu, ausente
escancarei-me ao acaso
e aguardei a chegada de rima, verso
ou algo equivalente
fitando a enseada
contei cada barco, cada vela e cada onda
fitando as janelas
olhei cada gesto, cada rosto e cada sombra
as luzes se acendem na enseada
brotariam-me as mesmas luzes de sempre
mas assim, estranhamente
há no hoje um algo diferente
uma eterna ânsia enfim desvendada
uma sensação de peão em fim de estrada
uma imensa vontade de pular e dar risada
e tudo isso, entenda,
foi porque descobri que meu eu silente
clamava pelo teu, ausente
assim, inesperadamente
convidou o teu para um tango caliente
e como o Sol poente agora é história antiga
dá-me as mãos e um beijo saliente
enquanto bailamos, ruidosamantes
ao final desta estranha cantiga.

2 comentários:

Anônimo disse...

14/12/2009 15:52 - Marcia Portella
Oi poeta Surpeendente texto como todos que escreve..... Obrigada por me visitar e ler meus rabiscos...abraços

Anônimo disse...

14/12/2009 14:41 - Luiz Moraes
Belo texto poeta, cheio de surpresas agradáveis. Parabéns! Forte abraço.